quarta-feira, 28 de setembro de 2011

FÉRIAS

Foi quando minha história se cruzou com tantas outras histórias e construímos, juntos, mais um pedacinho dela...
Era uma vez um porto. Dizia se que era um porto seguro. Diziam também que naquele lugar é que toda a história teria começado. Isso era mentira.
Certa vez, várias pessoas foram ao mesmo tempo para o porto. Elas eram muito diferente entre si: algumas pessoas chegaram sós, outras levaram outras consigo, mas achavam que não tinham nada em comum, mesmo assim, elas estavam todas ali. Olharam-se, mediram-se, isolaram-se, compartilharam o mesmo espaço por dias a fio. Foi então que algo incrível aconteceu: suas histórias se cruzaram com tantas outras histórias. E, de repente, eles a estavam escrevendo juntos.

Sem que ao menos se dessem conta disso, tudo mudou. Não estavam apenas vivendo no mesmo espaço, o estavam compartilhando. Passaram a importar-se uns com os outros. Mães se encontraram com outras esposas, que encontraram-se com filhos de outras mulheres, que se encontraram com outros irmãos e estavam felizes assim. Mas um certo sentimento de tristeza pairava sobre tudo: todos sabiam que nada daquilo iria durar. Mas mesmo assim, durante aqueles parcos dias tiveram momentos de sincera felicidade.


Conversas à beira da piscina, confissões ao pé da mesa. Sonhos e dores compartilhadas, noites em um hospital, a procura por algo que os ajudasse a guardar na memória o que estavam vivendo naquele momento. Havia os que confraternizavam ao som de músicas estranhas, outros se sacudiam freneticamente, já alguns procuravam os refúgios mais calmos do local. E foi assim, naturalmente, que velhos amigos tornaram-se mais amigos e que novas amizades tornaram-se importantes, laços foram criados e os antigos se fortaleceram...
E então, cada um seguiu o seu caminho. Cada um levando dentro de si um pedacinho do outro e deixando um pedaço de si. No fundo, o desejo era de que nada mudasse, mas todos sabiam que era impossível.

Como explicar que em tão pouco tempo algumas pessoas invadem nossas vidas, durante aquele período se tornam tão importantes e depois viramos as costas e vamos embora sem nem olhar para trás? Será que realmente não somos uma ilha?

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