terça-feira, 15 de junho de 2010

COMPREENDER OU SIMPLESMENTE LER?


Já nascemos em um mundo letrado. Provavelmente não conseguiríamos imaginar um mundo onde a palavra escrita não fizesse parte do nosso cotidiano. A linguagem, seja ela formal ou coloquial, é imprescindível hoje para nos sentirmos inseridos na sociedade. Ir ao banco retirar um parco pagamento pode se transformar numa verdadeira luta de titãs se você não possui familiaridades com a linguagem.


Essa é uma situação bastante comum até. As filas do caixa eletrônico dos bancos é o melhor exemplo. Geralmente os atendentes estão sempre ocupados atendendo um ou outro cliente, não são raras as vezes que se forma fila a espera da ajuda destes. Outro dia me peguei observando uma dessas filas e fiquei intrigada: não eram apenas idosos (que pensamos que tem mais dificuldade com essas tecnologias), havia muitas pessoas jovens na fila esperando ajuda. E fiquei pensando que, no mundo de hoje, onde as palavras saltam dos outdoors diretamente no nosso colo, as pessoas não sabem o que estão lendo. Elas simplesmente não entendem o que aquele monte de palavras juntas significa.


Temos hoje uma orla de pessoas alfabetizadas, muitas delas em cursos superiores, mas não temos pessoas letradas e isso é muito grave. Classifica-se como alfabetizado o indivíduo que sabe ler e escrever. Ponto. Simples assim. Agora, letrado é aquele que sabe usar de forma competente e freqüente a leitura e a escrita, ou seja, ele sabe o que está escrevendo, por que está escrevendo, para quem, e faz isso de maneira exemplar.


Preocupa-me hoje ver tão poucas pessoas letradas. A maioria das pessoas, na verdade, nem sabe o que está acontecendo ao seu redor. O incrível é que, com as facilidades do mundo moderno, ser letrado não deveria ser realmente um problema. Ou será que foi exatamente isso que tornou as pessoas mais burras?