
E então entendeu que seu destino, por mais triste, talvez fosse ser sozinho. Mas naquele momento, não tinha forças, sequer para erguer a cabeça e encaram a vida que se descortinava a sua frente. Sentiu-se sem vontade de seguir adiante, pois havia tido um breve vislumbre do futuro, e esse futuro não era bom. Ela não estava ao seu lado.
Por mais que soubesse que o mundo continuaria, não se sentia capaz de acompanhá-lo, não sem ela. Não de novo, mesmo depois de tanto tempo. Não quando ainda, ao ouvir aquela música, a mesma que os embalara por tantas noites, aquela que ela lhe havia apresentado e sussurrado em seu ouvido, ainda lhe arrancava lágrima traiçoeiras. Então toda força se foi, não tinha mais nada... Por que não pediu que ficasse, que não o abandonasse? Por que não confessou que a amava? Por que havia deixado-a partir, se sabia que não poderia viver sem ela?