quinta-feira, 29 de abril de 2010

terça-feira, 27 de abril de 2010

SOBRE OS NÚMEROS

Uma aula qualquer, numa escola que pouco interessa.
A nova professora dispõe quatro objetos em cima de sua mesa. Após arrumá-los, um ao lado do outro, a professora pergunta para a sala:
- O que vocês estão vendo?
- Livro – respondem prontamente os dedicados alunos.
- O que mais? – indaga
- Caneta, caderno e um apagador.
- Quantos?
- Quatro, professora. – responderam os alunos, fitando com curiosidade a jovem professora.
- Então temos aqui quatro objetos. Correto? – continuou ela
- Siiiimmmmm... – em coro responderam os alunos, já perdendo o interesse por tão boba discussão.
Eis então que a professora lança uma verdadeira bomba aos seus alunos:
- Queridos, o quatro não existe!
Por um minuto, só o que se ouvia era o vento que batia insistente nas janelas da sala e um burburinho do lado de fora, de alunos que talvez não tinham que se preocupar se os números existiam ou não.
Primeiro o silêncio. Depois cochichos. De repente ouve-se a explosão alta do riso dos alunos que julgam louca a tal professora:
- Como não existe, professora. Olha ai na sua frente: quatro!!!
- Não. – afirmou calmamente a professora – Estes são objetos: livro, caderno, caneta e apagador. Mas não vejo nenhum quatro.
Incrédulos os alunos fitaram a professora. Alguns pensavam se deviam chamar a coordenadora para alertá-la de que a nova professora, definitivamente, não batia muito bem da cabeça. A professora, sem se abater, continou.
- O quatro é a total abstração. Ele não existe na natureza, não existe em lugar algum.
Alguns tentavam entender a lógica apresentada pela professora. Mas um dos alunos, totalmente impaciente, questionou a professora:
- Tu tá dizendo que o quatro não existe é??
- Sim. Ele não existe. Nós o representamos, como por exemplo, com estes objetos.
- Oh professora, tu não me leva a mal não, mas acho que a senhora viajou legal agora!
Foi então que ela lhe lançou um desafio:
- Aceito o seu argumento, mas você terá que sair da sala e só voltar quanto tiver encontrado o quatro por ai.
Arrogante, o aluno aceitou o desafio, saiu batendo a porta atrás de si e em poucos minutos estava de volta. Trazia com ele, um tanto desajeitado, quatro cadeiras amarelas que encontrou na sala ao lado.
- Taí professora. Quatro! – bradou orgulhoso, exibindo para a classe o seu feito heróico.
- Isso não é o quatro. – retrucou calmamente a professora – São apenas cadeiras. Você trouxe quatro cadeiras, mas ainda não vejo nenhum quatro.
O aluno enfurecido parecia querer avançar no pescoço da professora. Nesse momento, no fundo da sala, ergueu-se uma mãozinha tímida, pedindo a atenção de todos.
- Eu entendi, professora!
Todos os olhares se voltaram para aquela figura, que até então tinha se mantido a margem de toda a polêmica. A professora encorajou-a.
- Nós abstraímos os quatro. Não o encontramos por ai por que ele simplesmente não existe!
Lágrimas vieram aos olhos da professora, ela estava genuinamente emocionada.
- Continue, menina, continue!
- Quando pegamos quatro objetos, estamos representando esse quatro, pois ele não pode ser visto a não ser quando representado. Pode ser quatro árvores, quatro cadeiras. O quatro mesmo não está ali, apenas os objetos.
- Bravo!!! – não se agüentou a professora, aplaudindo a grandiosidade da aluna com evidente orgulho. Foi então, que a aluna encerrou sua fala, com chave de ouro.
- Mas se procurarmos bem, vamos encontrar o um, o dois, o três, o cinco, o seis, o sete... e com certeza, encontraremos o dez!!! – foi então ovacionada pelos seus colegas
Neste momento a professora respirou fundo e buscou dentro de si o motivo que a levou a abraçar tão fervorosamente a Educação. Até agora ela não encontrou.
Gisele Gutierrez

segunda-feira, 19 de abril de 2010

QUERO...


Quero a recordação de cada minuto.
Quero perder fôlego
Já não me interessa o quanto já respirei.
Quero o prazer de acordar
E me esticar ainda na cama.
Quero beijar quando me der vontade
Amar se for de verdade.
Quero intensidade,
Intranqüilidade.
Quero desejo ardente
Por incontáveis dias.
Me ver em você,
Mesmo que não se veja em mim.
Gisele Gutierrez

domingo, 11 de abril de 2010

Ler devia ser proibido

"Por que ler nos torna perigosamente mais humanos"

Enfim... o primeiro

Pensei muito antes de criar este blog. Afinal, o objetivo é expor algo muito íntimo: meus textos. E nem sempre é tão fácil se expor dessa forma... Porém, mesmo engatinhando ainda, resolvi apostar.

Afinal, estou transformando o que era um hobbie em uma nova profissão, como jornalista, e nada mais natural do que aprender a me desapegar e compartilhar. É isso que farei por aqui: compartilhar. Não apenas os meus textos, mas tudo aquilo que me chama a atenção, que me inspira, entristece... Enfim, colecionar o que irei aprender durante os próximos quatro anos e compartilhar essa experiência com outros apaixonados como eu.

Bem vindos
Gisele Gutierrez